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ARTIGOS

Autor: Pedro Carrano
11/07/2016

A Fenaj que eu quero

A Fenaj que eu quero
Eu nunca havia participado do movimento sindical de jornalistas até meados de 2010, quando
fui convidado a integrar a Chapa 2, “Luta, Fenaj!”, nas eleições daquele ano para a Federação
Nacional de Jornalistas (Fenaj).


Não conhecer a federação a não ser por meio da carteirinha de jornalista já era um sinal de
que havia algum problema. Mas ali também havia um erro da minha parte – e talvez comum a
muitos de nós – por atuar em causas de outras categorias e movimentos populares, mas não
olhar tanto para a dinâmica da nossa profissão.


Passei então a construir e mais tarde vim a fazer parte do Sindicato de Jornalistas do Paraná
(Sindijor-PR).


Em pouco tempo percebi que muita coisa se encaixava na percepção de uma Fenaj distante.
Ficava me perguntando onde estava a Federação - corporativista e olhando o próprio umbigo –
nas lutas pela democratização da mídia e nas questões de interesse dos direitos dos
trabalhadores. Olhava para outras categorias e via federações com mais participação e voz na
opinião pública.


Alguém poderia então me dizer que este não seria o papel da Fenaj, incumbida em defender
apenas os interesses imediatos dos jornalistas. Poderia até ser, não fosse o fato de que
também não temos uma Federação atuante no terreno econômico, onde o mesmo grupo, há
décadas à frente da entidade, acumula derrotas e não conseguiu aglutinar os sindicatos em
torno de objetivos comuns.


Os sindicatos e suas campanhas são desarticulados. Questões gritantes, como é o caso das
demissões, são trabalhadas de maneira parcial, com alguns sindicatos afinados com a direção
da entidade. Campanhas como a do diploma não sensibilizam para as dores dos jornalistas,
pelo tom que não busca o diálogo. Para completar, não temos uma campanha salarial
unificada, que enfrentasse as empresas nacionais da comunicação.


A Fenaj, centrada num presidencialismo personalista, não incentiva organizações por local de
trabalho, por segmentos (repórteres cinematográficos, assessores de imprensa etc);
raramente aponta dias unitários de luta. O recado é sempre outro: “Nós resolvemos. E
estamos corretos”.


Não quero dizer que só a vontade mudaria por si só a dura realidade que os profissionais de
jornalismo estão vivendo, marcada por desvalorização, perseguições e enxugamento de postos
e direitos. Mas deveria haver ao menos uma sinalização diferente para os problemas de que
falei antes.


Por isso apoio e participo da Chapa 2: Hora de Reagir - Renovar a Fenaj em defesa dos
Jornalistas. No Paraná, contamos com o apoio da direção do SindijorPR, ao lado de vários
jornalistas. Junto comigo participam também da chapa Gustavo Henrique Vidal, Ednubia Ghisi,
Leandro Taques e Roberto Geremias (Foz do Iguaçu). A votação é de 19 a 21 de julho.
Participe!
Articulista: Pedro Carrano
Jornalista no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais Curitiba (Sismuc) e diretor-executivo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná.
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