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28/08/2015

69% das negociações salariais no 1º semestre tiveram aumentos reais

69% das negociações salariais no 1º semestre tiveram aumentos reais

Enquanto os trabalhadores de diversas categorias têm aumentos reais, os jornalistas do Paraná enfrentam um cenário de descaso, com os empresários da comunicação se negando a sentar à mesa de negociação. Tanto o Sindijor quanto o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná consideram a postura dos patrões uma afronta e um desrespeito aos trabalhadores


Os trabalhadores jornalistas do Paraná estão sendo convocados. Há campanhas permanentes para das um BASTA na violência sofrida pelos jornalistas no dia a dia de trabalho. Isso sem contar questões pontuais da categoria, como assédio moral e acúmulo de função. Há anos os trabalhadores da comunicação não recebem um reajuste salarial digno e as demissões crescem nos locais de trabalho. Para contrastar com todo esse cenário, os empresários não sentam para negociar com os trabalhadores. Como resultado: a data-base da categoria está vencida deste o dia 1º de maio de 2015.


Para Sindijor e para o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná a postura dos patrões no Paraná é uma afronta e um desrespeito aos trabalhadores. Sem negociação, são negados também direitos fundamentais e democráticos na luta por melhorias para todos os jornalistas do Paraná. Infelizmente, este cenário de desrespeito não é exclusivo no Paraná, já que diversas entidades registram práticas antissindicais, descaso nas negociações coletivas, além de outros problemas característicos das investidas patronais contra as condições de trabalho da categoria.


O diretor-presidente do SindijorPR, Gustavo Henrique Vidal, reforça a necessidade de aumentar a mobilização dos jornalistas. “Precisamos da categoria nas assembleias e nas atividades sindicais. Vamos dar uma resposta a esse descaso das empresas. Vamos mostrar quem mantém os veículos funcionando, quem realmente produz informação”, afirmou.


Cenário geral


No primeiro semestre de 2015, 69% das negociações analisadas pelo Sistema de Acompanhamento de Salários do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (SAS-Dieese) conquistaram aumentos reais. Os reajustes acima da inflação se concentraram na faixa de até 1% de ganho real, de acordo com os dados divulgados na quinta-feira (27) pela entidade, na capital paulista.


Cerca de 17% das negociações obtiveram reajustes iguais à inflação medida pelo INPC-IBGE. Os reajustes salariais que não repuseram a inflação alcançaram quase 15% das negociações. As perdas ficaram nas faixas de 2% abaixo da inflação na maioria dos casos. O pagamento em parcela única ainda predominou, aparecendo 94% das negociações. O pagamento parcelado ocorreu em 6%.


Segundo os dados, o comércio foi o setor que apresentou a maior proporção de reajustes com ganhos reais no semestre (76%) e a menor de reajustes abaixo do INPC-IBGE (7%). Nos serviços, ganhos reais foram observados em 74% das negociações, e perdas, em 12%. Na indústria, o setor com o desempenho mais fraco no semestre, ganhos reais foram verificados em 61%, e perdas reais, em 20%.


Os aumentos reais médios foram os menores do período em todas as regiões pesquisadas. No Sudeste os aumentos ficaram no mesmo patamar do observado em 2009 (0,50%). A maior elevação ocorreu no Nordeste (0,72%), seguido do Sul (0,58%), Norte (0,24%) e Centro-Oeste (0,17%).


O relatório também mostrou que as convenções coletivas (resultado de negociações entre sindicatos de trabalhadores e patronais) tiveram melhores aumentos do que os acordos coletivos (firmados entre sindicatos e empresas). Nas convenções coletivas, os reajustes acima da inflação foram observados em 71% das 281 negociações. Nos acordos coletivos isso ocorreu em 43% das 21 negociações.


Segundo o coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira, o resultado das negociações do segundo semestre não deve ser tão diferente, não alterando então os resultados no ano inteiro. "O ano de 2015 tende a ser pior do que 2014. Provavelmente também vai ser pior do que 2008. Se os resultados forem semelhantes ao primeiro semestre, será pior do que 2014".


Silvestre ressaltou que é preciso considerar fatores como inflação mais elevada e piora do mercado de trabalho, redução da disponibilidade de crédito, queda do consumo das famílias, aumento de taxas de juros. "Diante desse cenário a negociação fica muito difícil, principalmente se considerarmos as duas primeiras variáveis".

Autor:SindijorPR / Agência Brasil Fonte:Com informações via Agência Brasil
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