No último domingo (04), diversas manifestações no Brasil e no Mundo disseram não ao Fracking — processo usado para extrair gás do folhelho de xisto que se encontra no subsolo.
No Paraná não foi diferente. Em Curitiba ativistas
protestaram em frente ao escritório da Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Combustíveis (ANP), no Bigorrilho, e na feira do Largo da Ordem.
Em Toledo, no Oeste do estado, cerca de mil pessoas participaram de ato no
Parque Ecológico Diva Paim Barth.
A manifestação faz parte das ações que busca impedir a 13ª
rodada de leilões de petróleo e gás da ANP, marcada para quarta-feira (7). A
12ª rodada, que no fim de 2013 licitou blocos situados em 123 municípios da
faixa oeste do Paraná, foi suspensa pela Justiça no ano passado.
“É preciso perfurar um poço profundo e injetar entre 8 e 25
milhões de litros de água misturados a centenas de produtos tóxicos e
cancerígenos e areia a uma pressão alta o suficiente para fraturar (frack) a
rocha e liberar o gás (shale gas)”, afirmaram os manifestantes em nota,
salientando que o processo de extração do gás é extremamente danoso.
“Em todo o mundo está havendo movimentação das comunidades
para proibição desta prática. O SindijorPR entra nesta luta, não podemos
autorizar uma ação irresponsável, que pode proporcionar danos ambientais,
sociais e econômicos ainda não imagináveis. E o problema não está longe da
gente, o Oeste do Paraná está sendo ameaçado. O desenvolvimento social deve
estar aliado com projetos que não prevejam impactos dessa grandeza, isso não é
desenvolvimento, é retrocesso”, afirma Gustavo Vidal, diretor-presidente do
sindicato.
Para chamar a tenção da população, o SindijorPR pendurou uma
faixa sobre o tema na fachada de sua sede que fica na região central de
Curitiba. “Precisamos que a imprensa se atente a esse tema e ajude a esclarecer
toda a população. Muita gente ainda não sabe sobre o que se trata, pois,
simplesmente, não se fala disso, como não se fala de tantos outros projetos que
provocam danos diretos em nossas vidas”, finaliza.
O que é o Fracking
Fracking é um processo destrutivo usado para extrair
gás da rocha de xisto que se encontra no subsolo. É preciso perfurar um poço
profundo e injetar milhões de litros de água misturada a centenas de produtos
tóxicos e cancerígenos e toneladas de areia a uma pressão alta o suficiente
para fraturar a rocha e liberar o gás metano.
A prática contamina a água que serviria para o consumo
humano, indústria e agricultura e também os lençóis freáticos com centenas de
produtos químicos utilizados no processo. Além dos impactos ambientais,
econômicos e sociais, o fracking já está associado a terremotos e também
contribuiu para as mudanças climáticas.
Desenvolvida pela 350.org Brasil
e Coesus?—?Coalizão Não Fracking Brasil, uma campanha de mobilização tem por
objetivo impedir que o fracking aconteça em nossas fronteiras, alertando
gestores públicos e população para esta ameaça que ronda o futuro de todos os
brasileiros.
Mobilização
No próximo 7/10, o governo federal pretende leiloar 266
novos blocos para a exploração comercial de gás de xisto (shale gas) através do
fraturamento hidráulico.
“A decisão do Ministério de Minas e Energia e da Agência
Nacional de Petróleo e Gás Natural (ANP) em abrir as portas do país para
operações de fracking representa uma séria ameaça para a água que bebemos, para
o ar e também para a nossa saúde. Não queremos arriscar, pois fracking mata
tudo que está a sua volta.”, afirma o fundador e coordenador nacional da
Coesus, professor Juliano Bueno de Araujo.