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16/08/2016

Repórteres fotográficos ainda sofrem com uso indevido de seus trabalhos

Repórteres fotográficos ainda sofrem com uso indevido de seus trabalhos
Foto: Heuler Andrey/DiaEsportivo

Um dos problemas mais recorrentes enfrentados pelos repórteres fotográficos é a utilização de suas imagens sem prévia autorização. Seja de forma “inocente” ou de pura má fé (a maioria dos casos, frisa-se), este tipo de situação vem causando desgaste para estes profissionais, pois, além de ter que perder tempo e energia em buscar os seus direitos na justiça, os repórteres fotográficos ficam sem o resultado do seu ganha pão, principalmente os freelancers, que dependem destes pagamentos para viver.


O jornalista e repórter fotográfico Vagner Leal do Rosário, que atua de maneira independente, conta que tem processado quem utiliza o seu material. “Estou com mais ou menos 18 processos correndo na justiça. É uma situação frustrante, pois, tive que gastar tempo, dinheiro, combustível, entre outros, para poder fazer o meu trabalho. Aí, vem alguém, vê a foto na Internet, e acha que tem o direito de utilizá-la”, lamenta.


Vagner reclama também que, às vezes, a justiça ignora a questão dos direitos autorais, prejudicando-o ainda mais. “Teve um caso em particular que a juíza do caso acusou que estava agindo de má fé. Tive que entrar com um recurso para reverter um absurdo deste. Outra coisa que incomoda também é que tem gente do judiciário que veio dizer que estou tentando cercear o acesso à informação. De forma alguma quero isso. Quero apenas o que é meu por direito. Uso a tabela do SindijorPR para o meu trabalho. Não estou cobrando um preço fora da realidade”, afirma.


O repórter fotográfico não esconde a frustração diante destes percalços. “Fica a sensação que os anos da faculdade não serviram para muita coisa. Não imaginava que teria tanta dor de cabeça para desempenhar a profissão que escolhi”, revela.


Outro profissional, que também atua como freelancer, que também passa por um problema parecido é Paulo Lisboa. Ele diz que quase todos os dias encontra seu material na Internet e que tem que ir atrás para não ficar no prejuízo. “Este problema tem sido bem recorrente. Quando encontro, entro em contato para que paguem pela foto. Quando não querem negociar, recorro para a justiça. Mas, na maioria das vezes, o pessoal tem acertado o pagamento”, comenta.


Lisboa acredita que não há inocência quando usam seu material sem pagar. “Eles sabem muito bem que estão agindo de forma errada. As empresas conhecem a legislação. É muito complicado pra mim e para outros colegas que trabalham como autônomos. Investi em equipamento, meu tempo, para que outra pessoa simplesmente pegar a imagem. Foto não é só apertar o botão da máquina e ir embora. Temos que ficar de campana para conseguir uma boa imagem e até mesmo um furo. Não quero ganhar dinheiro fácil. Quero garantir o que é meu por direito. As pessoas precisam se conscientizar de que isso é errado”, opina.


Para o diretor de imagem do SindijorPR, Joaquim Eduardo, o profissional tem que “botar a boca no trombone” para exigir os seus direitos e que seu trabalho seja respeitado . "Os direitos autorais são muito importante para os repórteres fotográficos, que em sua maioria enfrentam situações perigosas para ter uma boa foto que conte a história de um acontecimento. Usar estas fotos sem ressarcimento e até mesmo autorização e sem crédito é um desrespeito e um crime com estes profissionais. O SindijorPR estimula que seus associados busquem seus direitos, primeiro no diálogo, em último caso na Justiça", afirma.


O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) orienta os profissionais que tiveram suas imagens utilizadas sem autorização e/ou devidamente pagas a entrar em contato com quem pegou a (s) foto (s) para negociar e tentar receber pelo trabalho. Caso não consiga, a saída é buscar as vias judiciais. O SindijorPR conta com uma assessoria jurídica que pode orientar nestes casos.

Autor:Flávio Augusto Laginski Fonte:SindijorPR
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